A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro pela “politização” e pelo atraso na vacinação contra o coronavírus. Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (8), a enfermeira disse que “o líder da nação” colocou em dúvida a eficácia dos imunizantes.
— Não dá para colocar em dúvida a vacinação como um meio efetivo para o controle da pandemia. Ter uma politização do assunto por meio do líder da nação, que traz elementos que muitas vezes colocam em dúvida... A minha opinião pessoal é que isso pode trazer prejuízos — disse.
Francieli disse que pediu exoneração do cargo depois que “a politização do assunto chegou a um limite”. Ela afirmou que, durante a gestão do PNI, não recebeu do Poder Executivo vacinas suficientes, campanhas publicitárias efetivas para assegurar a imunização da população e, ainda teve pressão de segmentos para a mudança de grupos prioritários.
Francieli Fantinato também atribuiu ao ex-secretário-executivo do ministério da Saúde Elcio Franco, braço-direito de Eduardo Pazuello na pasta, a responsabilidade pela decisão do Brasil de adquirir menos doses da vacina do consórcio internacional Covax Facility – o governo optou por 40 milhões de doses, sendo que foram oferecidas até 200 milhões.
Por Alderi Dantas, 8/07/2021 às 22:10 - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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