06/04/2020

Mandetta fica e pede 'paz' para trabalhar

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou sua permanência no cargo após ter sua demissão especulada, nesta segunda-feira (6).

“Nós vamos continuar, por que continuando vamos enfrentar nosso inimigo. Nosso inimigo tem nome e sobrenome: Covid-19. (...) Médico não abandona paciente, e eu não vou abandonar”, repetiu o ministro.

A possível demissão de Mandetta pelo presidente Jair Bolsonaro já havia sido levantada no domingo (5), após o presidente afirmar, em um vídeo, que alguns ministros “viraram estrelas” e prometeu “usar a caneta”.

Nesta segunda, mais cedo, interlocutores no Palácio do Planalto confirmaram que Bolsonaro estava decidido a demitir o ministro. No entanto, o presidente parece ter sido convencido de que esse não seria o melhor momento.

A decisão final foi cravada em uma reunião, na tarde desta segunda, de Bolsonaro com diversos ministros. Após o encontro, o ministro do DEM abriu a coletiva reforçando a necessidade de trabalho por parte da equipe ministerial e pedindo que a população siga as recomendações de isolamento social.

'“Hoje, nós da equipe rendemos pouco, trabalhamos pouco. Muitos com uma sensação de angústia, muitos ficaram com a cabeça avoada: ‘(Mandetta) Vai sair, não vai sair’. Começamos com um solavanco e esperamos ter paz para recomeçar essa semana. Espero que possamos, enquanto equipe, trabalhar e atravessar esse período. Sempre baseado na saúde, na ciência. Até agora, nossa saída é primitiva, que é ficar em casa, mas a ciência vai achar uma saída mais elegante para esse problema”.

Durante o pronunciamento, ele citou que alguns assessores chegaram a ‘limpar as gavetas’, inclusive a do próprio ministro, temendo sua demissão. Por mais de uma vez, Mandetta afirmou que o momento agora é de trabalhar. “Lavoro, lavoro, lavoro”, repetiu, em italiano, a palavra “trabalho”.

Por Alderi Dantas, 6/04/2020 às 21:05

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