30/04/2020

Juíza rejeita relatório e dá novo prazo para Bolsonaro revelar testes de Covid-19

A juíza federal Ana Lúcia Petri Betto rejeitou o relatório médico enviado pela Advocacia-Geral da União (AGU) nesta quinta (30) e deu o prazo de 48 horas para que o presidente Jair Bolsonaro forneça à Justiça “os laudos de todos os exames” realizados para determinar se ele contraiu o novo coronavírus.

Em sua decisão, Betto afirma que o relatório enviado pela AGU não atende integralmente a determinação judicial de segunda (27), quando concedeu o direito de acesso aos exames por parte do jornal O Estado de São Paulo.

Na manhã desta quinta, o último dia do prazo original, a AGU apresentou apenas um relatório médico do dia 18 de março dizendo que Bolsonaro não teve Covid-19 e pediu a extinção do processo. O presidente faz dois exames, nos dias 12 e 17 de março, mas os documentos não foram mostrados.

Por Alderi Dantas, 30/04/2020 às 17:49

29/04/2020

Ministro do STF suspende nomeação de Ramagem, amigo dos filhos de Bolsonaro, para a Polícia Federal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

O pedido para impedir que Ramagem assumisse o cargo foi feito pelo PDT ao STF na última terça-feira. A justificativa do pedido é de que a indicação teria um “desvio de finalidade” feita pelo presidente. Na decisão, Moraes afirmou que a escolha está “em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público".

Questionamentos feitos a Ramagem sugiram a partir das falas do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de que Bolsonaro estaria tentando interferir politicamente na Polícia Federal. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência é amigo pessoal do filho do presidente, Carlos Bolsonaro.

Além do PDT, o Psol também havia pedido a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo, que antes era de Maurício Valeixo.

A posse de Ramagem estava marcada para a tarde desta terça-feira (29).

Por Alderi Dantas, 29/04/2020 às 13:56

28/04/2020

Brasil registra 474 mortes em 24h e Bolsonaro responde: "E daí? Quer que eu faça o quê?

Após o Ministério da Saúde anunciar um novo recorde de mortes registradas por coronavírus em 24 horas, com 474 óbitos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que lamenta, mas que não tem o que fazer.

Ao ser perguntado sobre os números, Bolsonaro respondeu "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre​", antes de dizer que cabe ao ministro da Saúde, Nelson Teich, uma explicação.

O Brasil chegou nesta terça (28) a 5.017 mortes por Covid-19 e 71.886 casos confirmados, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde. O país passou a ser o 9º com mais mortes no mundo, ultrapassando a China, e fica em 11º lugar no ranking de pessoas infectadas.

Por Alderi Dantas, 28/04/2020 às 22:21 

27/04/2020

Bolsonaro quer fazer da PF a Polícia da Família. E daí?

Por Matheus Pichonelli - Yahoo Notícias

O que fariam os manifestantes pró-Bolsonaro, pró-golpe, pró-fim-do-STF, pró-fim-do-Congresso e pró-fim-da-velha-política se em meados de 2004 o então presidente Lula resolvesse trocar o comando da Polícia Federal em meio a uma investigação sobre seu filho Lulinha e deputados aliados? E que, no lugar dos delegados que se negavam a jogar no lixo a autonomia da corporação e fornecer relatórios diários de inquéritos sob encomenda, a começar pelas aventuras amorosas do caçula pelo condomínio, o petista decidisse colocar no Ministério da Justiça o filho de um antigo assessor e, na direção-geral, um amigo do filho?

Se não gostar da referência, pode trocar o nome para FHC, Michel Temer ou Dilma Rousseff. Tanto faz. Já pensou? Pois é exatamente isso o que Jair Bolsonaro pretende fazer após a demissão de Sergio Moro no organograma da PF, que neste ritmo, até 2022, será transformada em Polícia da Família, preservando apenas as iniciais.

Filho do presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro é apontado em uma investigação como líder de um esquema de fake news enraizado no Planalto para atacar opositores e instituições. Falta saber como funciona e quem financia o chamado gabinete do ódio.

Foi com ele que Alexandre Ramagem, ex-segurança de Bolsonaro, atual chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e agora cotado para a direção-geral da PF passou o Revéillon de 2018 para 2019.

Já o provável ministro da Justiça, a quem a PF é subordinada, é o atual secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira, advogado e ex-PM que já atuou como chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de quem foi padrinho de casamento. Seu pai também trabalhou com o presidente por quase 20 anos, quando Bolsonaro era deputado.

Questionado em uma rede social sobre a proximidade dos prováveis chefes da polícia com os filhos investigados, Bolsonaro respondeu: “E daí?”

Ele disse conhecer Ramagem antes de conhecer os próprios filhos. E questionou: “Devo escolher alguém amigo de quem?”.

A pergunta só faz sentido se todo mundo concordar que o princípio da impessoalidade é mera peça de ficção e que governar se resume a uma ação em família, um direito divino de quem ganhou num laço um país inteiro em forma de capitania hereditária, e não um mandato fixo por maioria de votos em uma eleição.

No auge da crise política, provocada em meio a uma crise sanitária e econômica, Bolsonaro já se referiu à “sua” PF e “suas” Forças Armadas, como se fossem brinquedos ganhos no Natal, e não instituições que já existiam e devem continuar a existir ao fim deste e de outros governos.

Mudar a mentalidade bolsonarista, que prega o arbítrio aos inimigos e a distribuição de postos-chave aos devotos e amigos, é mais difícil, porém, do que tirar ministérios das mãos dos subordinados mais bem avaliados, como eram os casos de Sergio Moro, na Justiça, e Luiz Henrique Mandetta, na Saúde.

Sabe quem também provoca estragos ao confundir as instituições de seu país com guarda pretoriana? Ele mesmo, Nicolas Maduro, o ditador venezuelano que em maio de 2019, praticamente um ano atrás, anunciou, no Twitter, uma troca no Serviço Bolivariano de Inteligência e outra na direção da Polícia Nacional. Isso depois que o líder opositor Leopoldo López foi libertado por membros do serviço de inteligência, cujo chefe defenestrado denunciou “o estado de deterioração em que a pátria está submersa”.

Maduro segue onde está, rasgando regras e loteando as instituições para se manter presidente, graças ao apoio das forças armadas. Como seu par brasileiro, ele também costuma enviar recados em frente ao quartel-general das forças armadas de seu país, o Forte Tiuna.

Isso significa que o Brasil se transformou em uma Venezuela, como tanto temiam os defensores do ex-capitão?

Não ainda.

Tudo vai depender de como as instituições brasileiras, a começar pelo STF, saberão responder à volúpia do presidente que há uma semana subia na caminhonete para fazer coro a uma manifestação onde balançava uma faixa dizendo que “democracia tem limites”.

Tem?

No domingo, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, que representa 2,3 mil profissionais, publicou uma carta aberta ao presidente dizendo que seus membros não vão acatar ordens decorrentes da intervenção política denunciada pelo agora ex-ministro Sergio Moro.

A carta afirma que nenhum delegado quer ver a PF questionada pela opinião pública a cada ação ou inação. “Também não quer trabalhar sob clima de desconfianças internas. O contexto imporá ao próximo diretor um desafio enorme: demonstrar que não foi nomeado para cumprir missão política dentro do órgão. Assim, existe o risco de enfrentar uma instabilidade constante em sua gestão. O último comandante da PF que assumiu o órgão em contexto semelhante teve um período de gestão muito curto”.

O alerta ocorre enquanto um inquérito sobre as suspeitas de interferência política no órgão é aberto a pedido da Procuradoria Geral da República.

Tudo isso no momento em que o país acaba de enterrar a sua quarta milésima vítima do vírus que o presidente atordoado já chamou de “gripezinha”.

Postado em 27/04/2020 às 21:33 - Foto: Andressa Anholete/Getty Images

24/04/2020

Qual era urgência de Bolsonaro para mudar a PF no pior dia da pandemia?

Por Matheus Pichonelli - Yahoo Notícias

Sergio Moro caiu atirando.

Chamou uma coletiva dizendo que Jair Bolsonaro até agora não deu justificativa plausível para querer trocar, a essa altura do jogo, o diretor-geral da Polícia Federal.

Em resposta no mesmo dia, que durou mais de 40 minutos, o presidente posou ao lado de ministros aglomerados em meio à pandemia para mostrar união. Apenas Paulo Guedes usava máscara.

Resultado: Moro e os espectadores ainda não sabem o que, afinal, justificava a demissão urgente de Maurício Valeixo. Ficaram apenas com um diz-que-diz-que sobre um certo cansaço do delegado.

Moro, em sua coletiva, desmentiu que a exoneração aconteceu a pedido. Ou que Valeixo quisesse abrir mão do cargo.

Bolsonaro respondeu dizendo que, sim, Moro assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública em troca da indicação para o Supremo Tribunal Federal. Segundo esta versão, o ex-ministro disse em conversa reservada que o ex-capitão poderia indicar quem quisesse à PF, mas só depois de novembro, quando Celso de Mello, decano da corte, se aposenta.

Em sua fala, Bolsonaro acusou Moro de lotear a PF e a PRF com amigos de Curitiba. Contou ter falado a deputados, em uma reunião, que eles em breve conheceriam a pessoa que quer ocupar o seu lugar. E afirmou que uma coisa é ter uma imagem de uma pessoa que admira, outra é conviver com ela.

Ele, por fim, insistiu na tese de que Moro quebrou hierarquia e que quem manda é ele.

Aqui, dois pontos.

Boa parte da fala Bolsonaro usou para desancar o trabalho da PF. Acusou a corporação de ser incapaz de chegar aos supostos mandantes da sua tentativa de assassinato, durante a campanha de 2018. A conclusão é que o agressor, Adélio Bispo, agiu sozinho.

Ele se queixou também de não saber como seu nome foi parar no “caso do porteiro”, em que os supostos assassinos da vereadora Marielle Franco teriam interfonado para sua casa em um condomínio no Rio. A certa altura, disse que a morte de Marielle era mais importante do que a vida do presidente da República e questionou: cobrar isso da “sua” PF indicava interferência?

Bolsonaro citou diversas reportagens relacionadas a seus parentes para dizer que jamais pediu para que sua família fosse protegida por quaisquer investigações. Detalhe: em nenhum momento da coletiva Moro falou sobre isso. Bolsonaro trouxe o assunto à tona por sua conta e risco.

O presidente trouxe também outras rusgas à tona. Chamou Sergio Moro de ministro desarmamentista. E lamentou que ele tenha anunciado a decisão de deixar o governo em uma coletiva.

Aqui o ponto que mais chama a atenção, e que provavelmente entrará para a história -- muito mais do que os momentos exóticos relacionados ao aquecedor da piscina, aos poderes de sedução do filho 04 ou os taxímetros do Inmetro que ele mandou implodir.

Na troca de farpas, Bolsonaro relatou o encontro privado com Sergio Moro em que precisou dizer que quem mandava era ele e ponto. Sua grande preocupação no dia 23 de abril de 2020 era trocar o diretor-geral da PF. E ponto.

A questão era tão urgente que ele não mediu forças para fazer valer sua vontade de soberano e entrar em rota de colisão com seu ministro mais bem popular (em janeiro, 53% dos entrevistados pelo Datafolha avaliavam seu trabalho como ótimo/bom, contra 30% do chefe).

Isso tudo, repito, no dia 23 de abril de 2020. Dia em que 407 pessoas morreram em decorrência do coronavírus. O dia em que passou de 3.000 o número de vítimas fatais da pandemia no Brasil.

Por Alderi Dantas, 24/04/2020 às 21:50 - Foto: Evaristo Sá/AFP via Getty Images)

Sergio Moro não é mais ministro de Bolsonaro

Sergio Moro não é mais o Ministro da Justiça e Segurança Pública. O ex-juiz federal confirmou, na manhã desta sexta-feira (24), que deixa o cargo no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A saída acontece depois do presidente exonerar Mauricio Valeixo, diretor-geral da Polícia Federal e aliado de Moro desde os tempos da Operação Lava-Jato.

"O grande problema é por que trocar e permitir que seja feita interferência política ano âmbito da PF. O presidente me disse que queria colocar uma pessoa dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência. Realmente, não é papel da PF prestar esse tipo de informação", disse o agora ex-ministro.

Nesta quinta-feira, Moro teria dito a Bolsonaro que deixaria o cargo caso o presidente resolvesse interferir na Polícia Federal e na permanência de Valeixo. Nas primeiras horas dessa sexta, no entanto, a exoneração foi confirmada no Diário Oficial da União.

Por Alderi Dantas, 24/04/2020 às 13:42

23/04/2020

'A ideia de que a pandemia está sob controle no Brasil é falsa', diz Flávio Dino

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu hoje no UOL Debate que o isolamento é a melhor medida para evitar a disseminação do coronavírus. "É falsa a ideia de que a pandemia está sob controle no Brasil", disse Dino.

Dino disse ainda que a postura do governo estadual é para evitar "a cena que estamos vendo em vários lugares de pessoas que não conseguem entrar no sistema hospitalar"

O infectologista da Fiocruz, Julio Croda, concordou com o governador e destacou que essa cena é comum por conta da desigualdade hospitalar no sistema brasileiro.

Croda lembrou que existe um déficit histórico na distribuição de UTI's nas regiões Norte e Nordeste. "Todas essas cidades trabalham no limite em termos de leitos de UTI, diferente das regiões sudeste e sul que tem capacidade de instalação de UTI, tanto no privado como no público, maior". 

"No Maranhão é que temos hoje instalados 188 leitos de UTI e uma taxa de ocupação média que vai girando de 50 a 60%", ressaltou Dino. 

Apesar disso, Dino disse que tem garantido um nível de atividade econômica no estado para garantir empregos.

Por Alderi Dantas, 23/04/2020 às 13:16

Governo do RN edita decreto prorrogando isolamento até dia 5 e suspensão das aulas até 31 de maio

O Governo do Estado do Rio do Grande do Norte editou novo documento com medidas restritivas de combate e controle do novo coronavírus, causador da covid-19. O decreto Nº 29.634, publicado nesta quinta-feira (23), no Diário Oficial do RN, prorroga o período de isolamento social até o dia 05 de maio e amplia o leque de serviços autorizados a funcionar de acordo com as regras de vigilância sanitária.

Pelo presente documento, que revoga o Decreto Estadual nº 29.583, de 1º de abril de 2020, continua suspenso o funcionamento de restaurantes, lanchonetes, praças de alimentação, praças de food trucks, bares e similares, salvo para entrega em domicílio (delivery) e como pontos de coleta (takeaway), sendo vedada a disponibilização de mesas e cadeiras.
As atividades coletivas de qualquer natureza, públicas ou privadas, incluindo eventos de massa, shows, atividades desportivas, feiras, exposições, carreatas, passeatas e congêneres, continuam vetadas.

A lista de atividades essenciais foi ampliada e inclui os serviço de podologia; construção civil; produção, distribuição, comercialização e entrega, realizadas presencialmente ou por meio do comércio eletrônico, de produtos de saúde, higiene, alimentos, bebidas não alcoólicas, tecidos, aviamentos, armarinhos, materiais de construção ou reforma e de suprimentos agrícolas, incluindo mercados, supermercados, hipermercados, quitandas, açougues, peixarias, padarias, distribuidores, atividades de venda e locação de automóveis, o funcionamento de lojas de construção com ar-condicionado e lojas de conveniência.

Os escritórios de advocacia privada também estão autorizados a funcionar, bem como atividades necessárias a viabilizar a entrega de cargas e o transporte em geral, incluindo oficinas, borracharias e lojas de autopeças; oficinas de máquinas e equipamentos agrícolas. Além disso, também podem funcionar com as restrições sanitárias: hotéis, flats, pousadas e acomodações similares; serviços de locação de máquinas, equipamentos e bens tangíveis; atividades de agências de emprego e trabalho temporário; serviços de reparo de computadores e bens pessoais domésticos e serviços de lavanderia; atividades financeiras, de seguros e de contabilidade; serviços de venda e locação de imóveis; e serviços de higiene pessoal, incluindo barbearias, cabeleireiros e manicures.

O novo decreto esclarece que a suspensão de atividades não atinge as indústrias e recomenda, sempre que possível, um horário exclusivo para o atendimento de clientes do grupo de risco da pandemia. Também recomenda a utilização de máscaras, sejam industriais ou caseiras, ao acesso dos estabelecimentos que estão em funcionamento.

A suspensão das atividades escolares foi estendida até o dia 31 de maio.

Para discutir, planejar e elaborar um plano que visa a retomada do funcionamento do comércio e da economia em geral, foi criado um Grupo de Trabalho com representantes do Governo, dos empresários, do comitê científico estadual e da Federação dos Municípios.

Por Alderi Dantas, 23/04/2020 às 06:35

22/04/2020

Governo Bolsonaro volta atrás e diz que não pode antecipar 2ª parcela do auxílio de R$ 600

O Ministério da Cidadania do governo Jair Bolsonaro divulgou uma nota nesta quarta-feira (22) informando que o governo não poderá antecipar o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600, aprovado pelo Congresso para o momento da pandemia de coronavírus.

O pagamento estava previsto para começar no dia 27, mas, na última segunda (20), a Caixa Econômica Federal organizou uma entrevista coletiva e anunciou a antecipação para esta quinta (23).

O ministério alega que, como muitas pessoas sequer receberam a primeira parcela, seria necessária a abertura de crédito suplementar para garantir a antecipação da segunda parcela e o pagamento dos valores restantes da primeira.

“Por fatores legais e orçamentários, pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise, estamos impedidos legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio-emergencial”, diz a nota. O ministério não informou a nova data do pagamento da segunda parcela.

Por Alderi Dantas, 22/04/2020 às 23:37

Senado aprova inclusão de artistas de várias áreas no auxílio emergencial

O Senado aprovou nesta quarta-feira (22) proposta que acrescenta nominalmente categorias como beneficiárias da renda emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais e intermitentes durante a pandemia do coronavírus. O texto prevê outros detalhes sobre a ajuda, como a extensão a artistas e profissionais da cultura que em meio à crise do coronavírus muitos tiveram seus contratos cancelados ou adiados, por conta do isolamento social, e perderam sua principal fonte de renda.

O projeto lista também mães adolescentes solteiras, e a inclusão de pais solteiros que como as mães chefes de família, receberão R$ 1,2 mil e outras categorias.

Agora o projeto segue para a análise do presidente da República.

Quem pode receber os R$ 600

>>> Pescadores profissionais e artesanais e os aquicultores; os agricultores e agricultoras familiares; os arrendatários, extrativistas, silvicultores, beneficiários dos programas de crédito-fundiário, assentados da reforma agrária, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais; os técnicos agrícolas;

>>> Os trabalhadores das artes e da cultura, entre eles, os autores e artistas, de qualquer área, setor ou linguagem artística, incluindo intérpretes e executantes, e os técnicos em espetáculos de diversões; ou ainda os artistas;

>>> Os cooperados ou associados em cooperativa ou associação de catadores e catadoras de materiais recicláveis; os cooperados ou associados em cooperativa ou associação;

>>> Os taxistas e os mototaxistas; os motoristas de aplicativo; os motoristas de transporte escolar; os trabalhadores do transporte de passageiros regular; os microempresários de vans e ônibus escolares; os caminhoneiros; entregadores de aplicativo; as diaristas;

>>> Os agentes de turismo e os guias de turismo;

>>> Os seringueiros; os mineiros; os garimpeiros, definidos como aqueles que, individualmente ou em forma associativa, atuem diretamente no processo da extração de substâncias minerais garimpáveis;

>>> Os ministros de confissão religiosa e profissionais assemelhados;

>>> Os profissionais autônomos da educação física; os trabalhadores do esporte, entre eles os atletas, paratletas, técnicos, preparadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, árbitros e auxiliares de arbitragem, de qualquer modalidade, incluindo aqueles trabalhadores envolvidos na realização das competições;

>>> Os barraqueiros de praia, os ambulantes, os feirantes, os camelôs e as baianas de acarajé; os garçons; os marisqueiros e marisqueiras e os catadores de caranguejos; os artesãos; os expositores em feira de artesanato; os cuidadores; as babás;

>>> As manicures e pedicures; os cabeleireiros, os barbeiros, os esteticistas, os depiladores e os maquiadores e os demais profissionais da beleza; os empreendedores individuais da categoria da beleza, cosméticos, terapias complementares, arte-educação e atividades similares;

>>> Os empreendedores independentes das vendas diretas; o vendedor de pipoca que trabalhava em frente à escola, o vendedor decachorro quente que ficava na frente da igreja, os vendedores do marketing multinível, os vendedores porta a porta;

>>> Os sócios de pessoas jurídicas inativas, dispensada a apresentação da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS); os produtores em regime de economia solidária;

>>> Professores contratados que estão sem receber salário.

Por Alderi Dantas, 22/04/2020 às 20:12

20/04/2020

Covid-19: Bolsonaro torce para que país nunca saiba número exato de mortos

Por Leonardo Sakamoto - Colunista do UOL

Não sabemos a quantidade de mortos produzida pelo coronavírus em território nacional e talvez nem venhamos a saber - para alívio do presidente da República.

Os 2.347 óbitos registrados até este sábado (18) são apenas um retrato atrasado e imperfeito da situação em que estamos. Se há uma fila de vítimas fatais cujas amostras esperam para serem analisadas, outras tantas nunca vão ostentar em seus atestados a causa real de suas mortes porque não houve coleta pela escassez de testes.

Pesquisadores do Observatório Covid-19 apontaram ao UOL que, na última quarta (15), quando o país registrava oficialmente 1.736 mortes, o número real estaria entre 3.800 (em uma projeção conservadora) e 15.600 (em uma mais pessimista). E o governo de Pernambuco, só para citar um exemplo fora do eixo Rio-São Paulo, ao montar uma força-tarefa para coletar sangue das pessoas mortas por problemas respiratórios, fez a letalidade dar um salto.

A situação, que traz angústia para famílias (que nunca saberão o motivo do falecimento) e desespero a gestores públicos e profissionais de saúde (que estão trabalhando às escuras para tratar pacientes e planejar o enfrentamento da crise), é um alento para Jair Bolsonaro. Pois a narrativa que tenta vender é que o grande inimigo do país não é uma pandemia assassina transmitida por contato social, mas as ações de governadores e prefeitos para reduzir a velocidade de contágio e, portanto, evitar o colapso do sistema de saúde.

Como haverá mais empregos perdidos e negócios fechados do que pessoas mortas, ele aposta na minimização da questão sanitária a fim de garantir que não comecem a lhe servir café frio antes de outubro de 2022.

As hordas de bárbaros que realizam carreatas com buzinaços em frente a hospitais e travam a passagem de ambulâncias, pedindo o retorno à normalidade por decreto (como se o vírus respeitasse o Diário Oficial), provavelmente só se importam com mortos se eles têm seu sobrenome.

Mas a maioria racional da população consegue ponderar dados concretos na balança da vida. Se tivéssemos números de óbitos reais, dificilmente o apoio à quarentena estaria caindo (em duas semanas, foi de 76% para 68%, de acordo com o Datafolha). Por mais duro que seja o impacto econômico deste momento, é difícil ignorar o problema quando ele deixa o anonimato e ganha rosto conhecido.

O sucesso de sua estratégia depende do ruído que consegue provocar nas redes sociais, gerando desinformação, aliado ao silêncio dos atestados de óbito. É feio jogar com os mortos. Mas sorte do presidente que os mortos não falam.

Postado em 20/04/2020 às 21:28

Relatório pontua que pandemia, até o momento, não atrapalha eleições 2020

O primeiro relatório semanal do Grupo de Trabalho (GT) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) incumbido de projetar os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nas atividades da Justiça Eleitoral, com vista em especial às eleições municipais de 2020, saiu nesta segunda-feira (20).

Tomando como parâmetro o cenário da pandemia no mês de abril, o Grupo entende que a realização do pleito estará garantido: “À luz do Calendário Eleitoral vigente e considerado o período em que compilados os dados e projetados os impactos (de 13 a 17 de abril), a alcançar os eventos previstos para o mês de abril, o Grupo de Trabalho conclui que a Justiça Eleitoral, até o momento, tem condições materiais para a implementação das eleições no corrente ano”, pontua o relatório.

Por Alderi Dantas, 20/04/2020 às 20:26

Ministro de Bolsonaro ignora eleição e nomeia filiado do PSL como reitor no IFRN

O ministro da Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub, nomeou o servidor Josué de Oliveira Moreira, filiado ao PSL, como reitor Pro Tempore (temporário) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). A decisão evidencia mais uma tentativa de emparelhamento político das instituições públicas de ensino do país, já que Moreira não concorreu às eleições para o cargo no fim do ano passado.

As eleições do IFRN aconteceram em dezembro. Weintraub, no entanto, ignorou o fato de que o professor José Arnóbio de Araújo Filho, atual diretor geral do campus do IFRN Central, foi eleito reitor após ter 48,25% dos votos válidos. Em segundo lugar ficou Wyllys Abel Farkatt Tabosa, com 42,26%.

O reitor momeado é médico veterinário e professor do campus de Ipanguaçu da instituição. Ele foi candidato à Prefeitura de Mossoró em 2016 pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC) e teve  1,04% dos votos válidos. Em 2018, Josué se filiou ao Partido Social Liberal (PSL), a então legenda do presidente Jair Bolsonaro.

Por Alderi Dantas, 20/04/2020 às 13:44

19/04/2020

A Terra contra-ataca a Humanidade pelo coronavírus

Por Leonardo Boff - Filósofo, teólogo e professor aposentado de Ética da UERJ

Mais e mais cresce a consciência de que a Terra e a Humanidade tem um destino comum, pois formam uma única e complexa unidade. Foi o que os astronautas da Lua ou de suas naves espaciais nos testemunharam. Uma porção dela é inteligente e consciente: são os seres humanos.

Desde a mais alta antiquidade a Terra era vista como a Grande Mãe, viva e geradora de todo tipo de vida. Modernamente, cientistas vindos das ciências da vida e do universo comprovaram, empiricamente, que ela não só possui vida, mas ela mesma é viva. Emerge como um Ente vivo, um superorganismo que se comporta como um sistema que combina todos os fatores e as energias cósmicas de tal forma que sempre se mantém viva e que produz permanentemente as mais diversas formas de vida. Chamam-na de Gaia, nome grego para designar a Terra como um ser vivo.

Ao largo de sua história, o ser humano entreteve, dito de forma sumária, três tipos de relação para com a Terra e a natureza. O primeiro foi de interação: interagia harmonicamente e retirava o necessário para viver. O segundo foi a intervenção quando, há cerca de dois milhões de anos, surgiu o homo habilis que usava instrumentos para intervir na natureza e garantir melhor seu sustento.Tudo culminou no neolítico, há 10-12 mil anos, quando se implantou a agricultura com o manejo de sementes e de espécies também de animais. O terceiro foi a agressão típica dos tempos modernos. Usando todo um maquinário até autômatos e inteligência artificial, o ser humano montou uma sistemática agressão à natureza para extrair dela todos os recursos para sua comodidade e também para acumulação de riqueza material. Essa guerra de agressão foi levada a todas as frentes: no solo, sub-solo, no ar e nos oceanos. Ela se travou também entre os seres humanos que são a parte da Terra com inteligência e consciência.

Michel Serres, filósofo que frequentou várias áreas do saber, escreveu em 2008 um livro com o título “Guerra mundial”. Descreve a história dramática das agressões humanas a todos os ecossistemas e principalmente as guerras entre os próprios seres humanos. Segundo os dados aduzidos, a partir de três mil anos antes de nossa era até o presente foram mortos em conflitos, três bilhões e oitocentos milhões de seres humanos. Só no século XX foram 200 milhões. Inauguramos, segundo alguns cientistas, uma nova era geológica, o antropoceno e o necroceno: o ser humano é a maior ameaça à vida na Terra; com os meios de destruição que maneja mostrou-se uma máquina de morte (necroceno). Em função disso em 2019 investiram-se um trilhão e 822 bilhões de dólares em armas letais, totalmente ineficazes e ridículas face ao invisível coronavírus.

A Terra sentiu os golpes e não deixou de reagir: pelo aquecimento global, pelos tsunamis, pelos eventos extremos, pelas longas estiagens ou as prolongadas nevascas, pelos degelos e pelo caos climático.

A reação, verdadeira represália da Terra, vem pelos vírus (existem cerca de 200 mil) cada vez mais frequentes e violentos, como o zika, a chicungunya, o ebola, o SARS, a gripe suína e aviária e outros. Eles estavam tranquilos em seus habitats. Mas o desmatamento feroz, a erosão da biodiversidade e urbanização crescente do planeta,a criação industrial de animais, fizeram com que perdessem seus hábitats e buscassem outros, passando de animais aos seres humanos. Eles não vivem por si; precisam de células hospedeiras para se reproduzir. Assim é com o atual coronavírus.

A hipótese que proponho é que, neste momento, os papéis se inverteram. Sendo um superorganismo vivo, a Terra reage, contra-ataca e faz a sua revanche contra a Humanidade, pois como diz o Papa na sua encíclica ecológica “nunca maltratamos e ferimos a nossa Casa Comum como nos últimos dois séculos”(n,53).

Agora, irada. Gaia brada: “Basta! Sou mãe generosa, mas tenho limites vitais intransponíveis. Preciso dar severas lições a esses meus filhos e filhas rebeldes e violentos. E se não aprenderam a interpretar os sinais que lhes enviei e não me respeitarem e cuidarem como sua Mãe, posso não mais querê-los sobre meu solo”.

Penso que o Covid-19 é um desses sinais, ainda não o derradeiro, mas o suficiente letal a ponto de abalar os fundamentos do nosso tipo de civilização. Biólogos temem que podemos ser vítimas do assim chamado Next Big One (NBO), aquele último tão letal e inatacável, capaz de pôr fim à espécie humana.

O coronavírus nos lança um alerta. Como disse o sociólogo e ecólogo Bellamy Fosters da Universidade de Oregon:”A sociedade terá que ser reconstituída sobre uma base radicalmente nova. A escolha que temos diante de nós é nua e crua: a ruína ou a revolução”.

Na mesma linha de pensamento afirma a física nuclear e ecologista indiana Vandana Shiva:”Um pequeno vírus pode nos ajudar a dar um grande passo à frente para fundar uma nova civilização planetária ecologista, baseada na harmonia com a natureza. Ou, então, podemos continuar vivendo a fantasia do domínio sobre o planeta e continuar avançando até a próxima pandemia. E, por último, até a extinção. A Terra seguirá, conosco ou sem nós”.

No próximo artigo veremos o que ainda nos é possível fazer.

Postado em 19/04/2020 às 17:00

17/04/2020

Aumento dos casos de Covid-19 no RN reforça necessidade de distanciamento social

O secretário estadual de saúde, Cipriano Maia, divulgou na manhã desta sexta-feira, 17, os mais recentes números sobre a pandemia do novo Coronavírus no RN. "Os números são preocupantes e exigem de toda a sociedade o isolamento social, ficar em casa para evitar que progressão se mantenha", afirmou Cipriano, ao anunciar os casos registrados: 125 leitos hospitalares estão ocupados hoje nas redes pública e privada. Os casos confirmados são 463 e houve 23 óbitos em 10 municípios. Doze óbitos estão em investigação pelo Laboratório Central do Estado e pelo Instituto de Medicina Tropical da UFRN.

"Nossas testagens mostram aumento exponencial do número de casos. Isso leva à necessidade de manter a vigilância e medidas de controle. Verificamos que o índice de isolamento caiu nos últimos dias no RN. Não podemos relaxar, a população deve contribuir ficando em casa e mantendo distanciamento quando sai para atividades essenciais. É preciso também proteger grupos mais vulneráveis, idosos e pessoas com doenças pré-existentes. Tudo isso é extremamente necessário para reduzir o contágio e evitarmos chegar ao esgotamento da capacidade de atendimento dos hospitais como já está ocorrendo em outros estados do Brasil", argumentou o secretário de Saúde.

O secretário reforça que provavelmente o decreto das medidas de isolamento, válido até o dia 23 deste mês, será renovado.

Por Alderi Dantas, 17/04/2020 às 20:03

Bolsonaro ignora mortes de crianças por coronavírus no Rio Grande do Norte

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira à noite que as aulas devem ser retomadas. Em todo o país, as escolas foram fechadas por determinações de governadores como medida de prevenção para combater a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Bolsonaro alegou que as crianças podem voltar à sala de aula porque “não tem notícia de alguém abaixo de 10 anos de idade que foi a óbito” por coronavírus. A declaração foi dada pelo presidente da portaria do Palácio da Alvorada.

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Do BlogThaisaGalvão: O Blog faz um alerta à bancada federal do Estado, para que alguém leve a seguinte informação a Bolsonaro:

Somente no Rio Grande do Norte duas crianças com menos de 10 anos morreram infectadas pelo vírus Covid-19.

Uma em Natal, aos 4 dias de vida.

Outra em Cerro-Corá, com 1 ano e 7 meses.

Fica a dica para os deputados Fábio Faria, Beto Rosado, Walter Alves (os 3, pais de crianças com menos de 10 anos), mais General Girão, Benes Leocádio, João Maia, Natália Bonavides e Rafael Motta.

Também aos senadores Jean-Paul Prates, Zenaide Maia e Styvenson Valentim.

E ainda ao ministro potiguar Rogério Marinho.

O registro deve ser levado ao Palácio do Planalto, até para que o Brasil não subestime o drama de duas famílias potiguares que perderam seus filhos.

Postado em 17/04/2020 às 19:34

Governadores enviam carta ao Senado pedindo aprovação de auxílio aos Estados

O Fórum Nacional de Governadores encaminhou na quarta-feira (15) uma carta ao Senado Federal em apoio à aprovação integral do Projeto de Lei Complementar – PLP nº 149-B de 2019, que estabelece auxílio financeiro da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para mitigar os efeitos da pandemia da Covid-19.

A carta foi assinada por 25 governadores, incluindo a chefe do Executivo no Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT).

Os governadores argumentam que ”não haverá reconstrução nacional e retomada econômica se permitirmos o colapso social que adviria da interrupção de serviços públicos essenciais, como saúde, segurança, educação, sistema penitenciário, iluminação e limpeza pública e a imediata aprovação do referido projeto constitui, assim, forma eficiente de evitar uma perturbação generalizada e salvar numerosas vidas. Afinal, a demora na apresentação de soluções concretas é o nosso maior inimigo depois do vírus”.

O pacote articulado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi aprovado segunda-feira (13) por ampla maioria dos deputados – 431 votos a 70. E, agora, depende da aprovação no Senado.

Por Alderi Dantas, 17/04/2020 às 06:50

16/04/2020

Fiscalização será intensificada em estabelecimentos comerciais e feiras livres no RN

Ações de fiscalização em estabelecimentos comerciais e feiras livres foram planejadas por representantes do Procon-RN, das polícias Militar e Civil e da Controladoria Geral do Estado, durante reunião nesta quinta-feira (16). O objetivo é o cumprimento às medidas de quarentena, conforme versa o decreto governamental nº 29.583, publicado no último 1º de abril.

“As ações de fiscalização terão caráter educativo, numa primeira fase. Caso continuem a descumprir o decreto, haverá multa diária que varia de R$ 5 mil até R$ 50 mil, além de possível apreensão, interdição e o emprego de força policial, ou ainda aplicação de responsabilidade penal pela caracterização de crime contra a saúde pública”, alerta Thiago Silva, Coordenador do Procon Estadual, órgão responsável pelo direcionamento desta força tarefa entre as entidades citadas.

A ação irá verificar se os estabelecimentos comerciais abrem apenas para vendas por entrega em domicílio ou como pontos de coleta, conforme permite o decreto. Exceções relacionadas à assistência social e a atividades de segurança (pública e privada), transporte coletivo (incluso táxi ou aplicativo), telecomunicações e internet, atividades de fiscalização, monitoramento e sanitárias e de serviço público, distribuição de material essencial, serviços funerários, atividades de imprensa e jurídica. Denúncias podem ser feitas pelo número 190.

Durante o funcionamento dos comércios.será observado o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas; o controle de acesso de uma pessoa por família; a higienização regular dos ambientes e equipamentos de contato; anteparos de proteção aos caixas, embaladores e demais funcionários em contato com clientes; a disponibilização de máscaras aos funcionários e de álcool gel 70% em local de fácil visualização; adoção ao sistema de escalas, quando possível, entre outras medidas mais específicas a determinados setores.

FEIRAS LIVRES 

O Governo do RN recomenda ainda que municípios potiguares adotem medidas necessárias à prevenção ao enfrentamento da Covid-19. Entre elas, a reorganização das feiras livres para assegurar o distanciamento social e mantendo as condições de higiene dos respectivos ambientes. Essa reorganização deve observar, sob pena de interdição e multa, as recomendações sanitária e de saúde expedidas pelos órgãos estaduais e municipais.

Entre as recomendações urgentes, estão a proibição de qualquer venda para consumo local, distanciamento mínimo de dois metros entre pessoas, disponibilidade de álcool 70% e de pias com água e sabão para usuários e feirantes, além de uso obrigatório de luvas descartáveis e máscaras de proteção para feirantes, controle no fluxo de pessoas, higienização dos produtos, alternância dos dias de feira para evitar aglomerações, e uso preferencial do sistema de delivery.

Por Alderi Dantas, 16/04/2020 às 17:47

Caneta raivosa de Bolsonaro derruba Mandetta

Após várias semanas de desentendimentos com o presidente da República Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta foi demitido do cargo de ministro da saúde, nesta quinta-feira (16), após várias especulações e depois do presidente ameaçar publicamente que sua caneta funcionava.

A decisão, nada inesperada diante do cenário de guerra que se formou entre o então ministro e Bolsonaro, foi comunicada pelo próprio Mandetta através de suas redes sociais.

"Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar", escreveu Mandetta.

Para o lugar de Mandetta no Ministério da Saúde, Jair Bolsonaro já tem um novo nome. Se trata do médico oncologista Nelson Teich, que já esteve reunido com Bolsonaro e os demais ministros na manhã desta quinta-feira (16).

Por Alderi Dantas, 16/04/2020 às 16:47

Prefeitura confirma primeira morte por coronavírus em Assu

A prefeitura do Assu (RN) através da coordenação de Vigilância Epidemiológica e o Comitê Municipal de Gestão da Emergência em Saúde Pública decorrente do Coronavírus (Covid-19), confirmou oficialmente no início da tarde desta quinta-feira (16), o primeiro óbito positivo para à COVID 19 no município. Trata-se de um senhor de 61 anos de idade, residente na área do Centro da cidade, portador de doenças cardíacas crônicas. O paciente deu entrada no Pronto Socorro Municipal (PSM), em Assu, onde foi coletado o exame e transferido para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró, onde veio a falecer.

Por Alderi Dantas, 16/04/2020 às 14:10

15/04/2020

Governadores e prefeitos têm legitimidade para adotar medidas de combate à pandemia, diz STF

O Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta quarta-feira (15), que estados e municípios têm competência para adotar medidas de restrição de locomoção durante a pandemia do novo coronavírus.

Reunido pela primeira vez por meio de teleconferência, o Plenário da Corte decidiu manter uma liminar do ministro Marco Aurélio, relator de uma ação sobre a autonomia de prefeitos e governadores.

Os ministros presentes à sessão também entenderam que prefeitos e governadores têm legitimidade para definir quais atividades são consideradas essenciais para não serem paralisadas.

A decisão de Marco Aurélio foi tomada em uma ação do PDT em meio à queda de braço entre os governadores e o presidente Jair Bolsonaro sobre as competências de cada ente federativo.

Por Alderi Dantas, 15/04/2020 às 23:10

Subnotificação de casos de coronavírus gera temor de catástrofe no Brasil

Por Louis Genot - Agência de Notícias AFT

O número de casos do novo coronavírus no Brasil é 15 vezes superior às cifras oficiais, segundo pesquisadores que estimam que os contágios passem de 300.000 pessoas e temem uma catástrofe nas próximas semanas.

O Brasil é o país da América Latina mais afetado pela pandemia, que chegou aqui mais tarde do que na Ásia e na Europa. No último balanço, as autoridades registraram 1.736 mortos. O pico de contágios é esperado a partir de maio.

Segundo estimativas do grupo Covid-19 Brasil, um coletivo de pesquisadores universitários, no país de 210 milhões de habitantes havia 313.288 casos no sábado passado: 15 vezes mais do que os 20.727 casos confirmados anunciados pelo Ministério da Saúde.

A razão para esta enorme diferença no país de dimensões continentais é que a taxa de detecção é muito inferior à de outros países afetados pelo vírus.

No Brasil, a proporção é de 296 pessoas avaliadas por milhão, uma cifra insignificante em comparação com Alemanha (15.730), França (5.114) e Irã (3.421).

"O Brasil está em uma posição ruim em relação a outros países que aumentaram o número de testes à medida que a epidemia foi se instalando. Só vamos tomar mão dessa epidemia se fizer testagem em massa", lamenta, em declarações à AFP, Domingos Alves, membro do grupo COVID-19 Brasil e chefe do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Universidade de São Paulo (USP).

Alves também critica a lentidão dos resultados dos testes, o que leva muitas famílias a enterrarem seus entes queridos sem ter a confirmação da causa da morte.

Segundo ele, os números oficiais mostram onde a epidemia esteve há uma ou duas semanas.

A preocupação é compartilhada pelas autoridades, obrigadas a improvisar à espera dos pedidos de testes, retardados pelo auge de demandas globais.

"Sabemos que 85% dos casos assintomáticos nós nunca vamos detectar", admitiu na semana passada o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Wanderson de Oliveira.

- "Alertar a população"

Nos hospitais públicos, as instruções são claras: apenas os casos graves devem ser submetidos a testes.

"Atualmente, não se fazem testes para pacientes que não vão ser internados", disse à AFP Fred Nicacio, médico de emergência em Bauru, interior de São Paulo.

"Para pacientes com suspeita, é preciso pedir isolamento social por escrito. Isolamento por duas semanas. Há uma infinidade de pacientes que não estão em estado grave, mas são positivos. Não são contabilizados porque não são testados", acrescenta.

Para Domingos Alves, os cálculos do grupo COVID-19 Brasil servem para alertar a população sobre a real dimensão da pandemia, pois algumas pessoas tendem a baixar a guarda.

A situação se complica ainda mais pelo fato de que o presidente Jair Bolsonaro tem criticado as medidas de confinamento adotadas pelos governadores em quase todos os estados do país.

"Se as pessoas continuarem saindo às ruas, veremos cenas como em Guayaquil, no Equador, com pessoas morrendo em casa e corpos abandonados na rua. Em Manaus, os hospitais já estão à beira do colapso", enfatiza.

- Testes produzidos localmente -

Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, que coordena os testes no estado de São Paulo, o mais afetado pela pandemia no Brasil, admite que os casos ultrapassam as cifras oficiais.

"Nós estamos olhando pelo retrovisor. Nós temos que olhar para o visor dianteiro do carro e ver o que vem pela frente. Nas próximas duas ou três semanas, vamos conhecer exatamente o tamanho dessa epidemia. Estamos no começo dela e vamos saber se vamos encontrar um Everest pela frente, ou um monte mais suave", explicou na semana passada, durante uma coletiva de imprensa.

Para ter números próximos da realidade, ele confia na chegada de 1,3 milhão de testes importados da Coreia do Sul, dos quais 725.000 foram entregues na terça.

"Embora tenhamos laboratórios muito bem equipados, ainda dependemos de insumos importados. Precisamos ter cada vez mais metodologias, insumos, produtos nacionais, fabricados no Brasil, para atender rapidamente a demanda", disse à AFP Rejane Grotto, chefe de um laboratório da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Um desafio importante em vista dos sucessivos cortes orçamentários para a pesquisa nos últimos anos.

Algumas universidades recorreram ao apoio financeiro de empresas de tecnologia e inclusive a campanhas de arrecadação de fundos pela Internet para desenvolver projetos de testes produzidos localmente.

Postado em 15/04/2020 às 22:38

"OMS é mais necessária do que nunca". Bill Gates condena decisão de Trump

O filantropo e co-fundador da Microsoft, Bill Gates, reagiu à decisão do Presidente dos EUA, Donald Trump, de suspender o financiamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), em função de como o organismo está lidando com a pandemia do coronavírus. Numa publicação feita no Twitter, Gates considerou que “o mundo precisa da OMS agora mais do que nunca”.

“Suspender o financiamento da Organização Mundial de Saúde durante uma crise sanitária mundial é tão perigoso quanto parece. O trabalho [da OMS] é abrandar disseminação da Covid-19 e se esse trabalho for parado não há mais nenhuma organização que a consiga substituir. O mundo precisa da OMS agora mais do que nunca”, pode ler-se no ‘tweet’ de Gates.

Por Alderi Dantas, 15/04/2020 às 13:21

14/04/2020

População de Assu ignora medidas de combate ao coronavírus (Covid-19)

No auge da pandemia, que já matou mais de mil pessoas no Brasil, a maioria da população de Assu continua ignorando as medidas de isolamento sugeridas e/ou decretadas pelo governo do Rio Grande do Norte para achatar a curva de contaminação. Aglomerações e filas de pessoas continuam como cenas comuns no dia-a-dia do comércio, bancos, lotéricas, quadra de esportes, etc, etc, etc.

O ato de desobediência, no entanto, parece acima de tudo uma demonstração real de um prognóstico feito pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em sua entrevista ao Fantástico: ao rejeitar as orientações do próprio ministério, Bolsonaro confunde a população que a essa altura já não sabe quem ouvir.

O desfecho é só o ponto-alto de um conjunto de falhas na arquitetura de um projeto civilizatório básico, onde o egoísmo individual passou a se sobrepor ao dever de não colocar em risco a vida de outras pessoas em meio a uma pandemia.


NOTA: O vídeo foi feito nesta segunda-feira (13) na rua Augusto Severo, Centro, Assu (RN), proximidade da agência da Caixa Econômica e postado nas redes sociais.

Por Alderi Dantas, 14/04/2020 às 06:55

Câmara aprova socorro para estados e municípios; Guedes pede veto

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (13) o texto-base do projeto de lei para ajudar estados e municípios brasileiros a combaterem a crise do coronavírus. O texto tem impacto estimado de R$ 89,6 bilhões, mais que o dobro do oferecido pelo Tesouro Nacional, e não prevê congelamento de salários como contrapartida, como queria a equipe econômica de Bolsonaro.

A proposta foi aprovada por 431 votos a 70 e agora precisa ser analisada no Senado. O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO) — único a orientar contra a proposta — disse que vai sugerir que o presidente Jair Bolsonaro vete trechos do texto, por recomendação do ministro da Economia, Paulo Guedes (foto).

Por Alderi Dantas, 14/04/2020 às 06:29

13/04/2020

Perdemos Moraes Moreira; músico faleceu após sofrer infarto

O cantor e compositor Moraes Moreira morreu nesta segunda-feira (13) aos 72 anos, em casa, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Conforme a assessoria do artista, ele morreu por volta das 6h depois de sofrer um infarto agudo do miocárdio.

Moraes Moreira foi músico, cantor, compositor, poeta e cordelista e marcou a história da nossa música popular ao ser um dos componentes dos Novos Baianos, grupo que marcou época na música nacional por realizar um encontro genial entre a contracultura e a nossa cultura popular.

Moreira foi pioneiro ao cantar em um trio elétrico, ato que ajudou a transformar o carnaval baiano e brasileiro.

O músico seguia ativo, criativo em sua carreira solo até seu falecimento. No total, ele lançou mais de 60 discos entre a carreira solo, Novos Baianos, Trio Elétrico Dodô e Osmar, além da parceria com o guitarrista Pepeu Gomes.

Por Alderi Dantas, 13/04/2020 às 13:09 - Foto: TV Globo / Zé Paulo Cardeal

Brasil descumpriu isolamento para garantir os ovos de Páscoa

O isolamento social necessário para conter a pandemia do coronavírus não afastou os brasileiros das ruas no último sábado (11). Compradores de última hora se aglomeraram nas principais capitais e em grande parte os municípios do país para garantir seus ovos de Páscoa.

O jornal Estra (Rio) saiu às ruas e no bairro do Grajaú, por volta das 14h, do sábado, dia 11, lojas como a Cacau Show e a Casas Pedro tinham filas com pessoas atrás de chocolate e do bacalhau, respectivamente. Perto dali, na Tijuca, as Lojas Americanas da Praça Saens Peña tinham uma fila com aproximadamente 150 pessoas.

— Sei que estou errada, mas trabalhei a semana toda e só tive hoje para comprar o ovinho da minha afilhada — disse a atendente de caixa Jussara Queiroz que estava a ponto de entrar na loja, após esperar por duas horas.

Situação semelhante estava o ajudante de pedreiro Raimundo dos Reis, que deixou as compras para a última hora. — Vim da Mangueira tentar comprar os ovos pros meus filhos e sobrinhos, mas acho que vou desistir. A fila está grande demais — admitiu.

Por Alderi Dantas, 13/04/2020 às 06:34

Paróquia de Santa Luzia beneficia famílias e unidades hospitalares com arrecadações do “Jejum Solidário”

A Paróquia de Santa Luzia de Mossoró realizou um gesto concreto de Páscoa por meio de uma ação social entre seus paroquianos em cumprimento às orientações da Diocese de Mossoró.

O “Jejum Solidário” arrecadou 500 cestas básicas alimentares para distribuição a famílias carentes da cidade e variados materiais hospitalares que serão doados ao Hospital Regional Tarcísio Maia e à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Belo Horizonte.
O material arrecadado foi apresentado neste domingo (12) durante a celebração da Missa de Páscoa na Catedral de Santa Luzia (realizada a portas fechadas e sem povo em razão da pandemia do coronavírus) presidida pelo bispo diocesano de Mossoró, Dom Mariano Manzana, encerrando a Semana Santa na Diocese de Mossoró.

Outro momento marcante nas celebrações da Semana Santa na Paróquia foi a Vigília Pascal na Catedral de Santa Luzia em Mossoró presidida pelo bispo diocesano, dom Mariano Manzana, e concelebrada pelo Pároco de Santa Luzia, Padre Flávio Augusto Forte Melo, e pelos Padres Francisco Crisanto e Miquéias Pascoal, quando os fiéis participaram dentro de seus carros em frente a igreja matriz.

























Por Alderi Dantas, 13/04/2020 às 06:23 - Fotos: Glauber Soares / Pascom Santa Luzia