A atual situação da saúde pública em Assu gera angústia, espera, indignação, inconformismo. Sentimentos dos mais diversos. São filas intermináveis, inclusive, na atenção primária, falta de infraestrutura, número insuficientes de médicos, além de outros aspectos que devem ser levados em consideração quando se refere a um serviço público de saúde resolutivo e humanizado no município do Assu.
Mas, enquanto a população amarga longas filas de espera para ser atendida na estrutura municipal, várias Unidades Básicas de Saúde (UBS) e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), estão com obras concluídas e sem entrar em operação a partir de uma decisão da gestão do prefeito Gustavo Montenegro Soares (foto). Ruindo frente ao tempo, as obras milionárias parecem “elefantes brancos” e passaram a ser um problema oneroso aos cofres do município do Assu.
O cenário “sombrio” das ações e serviços públicos de saúde da prefeitura do Assu fica mais evidente no levantamento do Conselho Federal Medicina (CFM), sobre dos valores aplicados pelos gestores municipais com recursos próprios, declaradas no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde, que atesta que o município do Assu investiu em média R$ 280,62 na saúde de cada cidadão no ano de 2017, ficando muito abaixo da média nacional de R$ 403,00 por habitante.
Assim, os problemas vão se multiplicando no dia a dia. A população tem enfrentado precariedade dentro da atenção básica por meio das Estratégias de Saúde da Família (ESF) até no serviço de acompanhamento e controle dos níveis de hipertensão arterial e, estende-se no acesso a exames, medicações e a falta de médicos.
Na semana, o blog acompanhou uma idosa (77 anos) que foi a sua UBS realizar o controle do seu nível pressórico e não conseguiu e, pior, saiu de lá com a orientação de retornar para o acompanhamento periódico somente no mês de julho.
No tocante a UPA, ela foi licitada e contratada em 2013 orçada em R$1,4 milhão, no entanto, a obra foi parada em 2016 com 91% dos serviços concluídos. A primeira licitação realizada na gestão de Gustavo Montenegro Soares para retomada e conclusão dos 9% que faltavam, a empresa vencedora desistiu alegando que o orçamento não daria condições de concluir, tendo em vista que o local tinha sido depredado e completamente saqueado nos dois anos que ficou abandonado.
A última previsão era de que a UPA estaria concluída em 90 dias a partir da assinatura da ordem de serviço, feita em agosto de 2018, mas até o momento ela não foi entregue a população.
Por outro lado, a crise financeira pela qual passa o Estado do Rio Grande do Norte e pela calamidade decretada na área de saúde reflete no Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos. E para complicar, a parceria política entre a governadora Fátima Bezerra e o deputado estadual George Montenegro Soares, que deveria ser assentada num projeto para o Assu, se perde no caminho, afinal não tem passado até o momento de uma disputa de cargos. E, infelizmente, no jogo está a direção geral do Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos, que na briga entre “fulano e sicrano” está sem titular e, consequentemente, praticamente parado.
Por Alderi Dantas, 17/05/2019 às 16:10
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