31/03/2019

A blasfêmia de Jair Bolsonaro: que “Deus” acima de todos?

Por Leonardo Boff - teólogo

Não queria ter escrito este artigo. Mas a aguda crise política atual e o abuso que se faz do nome de Deus provocam a função pública da teologia. Como qualquer outro saber, ela possui também a sua responsabilidade social. Há momentos em que o teólogo deve descer de sua cátedra e dizer uma palavra no campo do político. Isso implica denunciar abusos e anunciar os bons usos, por mais que esta atitude possa ser incompreendida por alguns grupos ou tida como partidista, o que não é.

Sinto-me, humildemente, na tradição daqueles bispos proféticos como Dom Helder Câmara, dos Cardeais Dom Paulo Evaristo Arns (lembremos o livro que ajudou a derrocar a ditadura “Brasil Nunca Mais”) e de Dom Aloysio Lorscheider, do bispo Dom Waldir Calheiros e de outros que, nos tempos sombrios da ditadura militar de 1964, tiveram a coragem de erguer a sua voz em defesa dos direitos humanos, contra os desaparecimentos e as torturas feitas pelos agentes do Estado.

Vivemos atualmente num país dilacerado por ódios viscerais, por acusações de uns contra os outros, com palavras de baixíssimo calão e por notícias falsas (fake news), produzidas até pela autoridade máxima do país, o atual presidente. Com isso ele mostra a falta de compostura em seu alto cargo e das consequências desastrosas de suas intervenções, além dos despropósitos que profere aqui e no exterior.

Seu lema de campanha era e continua sendo “Deus acima de todos e o Brasil acima de tudo”. Precisamos denunciar a utilização que faz do nome de Deus. O segundo mandamento divino é claro de “não usar o santo nome de Deus em vão”. Só que aqui o uso do nome de Deus não é apenas um abuso mas representa uma verdadeira blasfêmia. Por que?

Porque não há como combinar Deus com ódio, com elogio à tortura e a torturadores e com as ameaças a seus opositores como fazem Bolsonaro e seus filhos. Nos textos sagrados judaico-cristãos, Deus revela sua natureza como “amor” e como “misericórdia”. O “bolsonarismo” conduz uma política como confrontação com os opositores, sem diálogo com o Congresso, política entendida como um conflito, de viés fascista. Isso não tem nada a ver com o Deus-amor e o Deus-misericórdia. Consequentemente propaga e legitima, a partir de cima, uma verdadeira cultura da violência, permitindo que cada cidadão possa possuir até quatro armas. A arma não é um brinquedo para o jardim a infância mas um instrumento para matar ou se defender mutilando ou matando o outro.

Ele se diz religioso, mas é de uma religiosidade rancorosa; ele comparece despojado de sacralidade e com um perturbador vazio espiritual, sem qualquer sentido de compromisso com a vida da natureza e com a vida humana, especialmente daqueles que menos vida têm. Com propriedade afirma a miúdo o Papa Francisco: prefere um ateu de boa vontade e ético que um cristão hipócrita que não ama seu próximo, nem tem empatia por ele, nem cultiva valores humanos.

Cito um texto de um dos maiores teólogos do século passado, no fim da vida, feito Cardeal, o jesuíta francês Henri De Lubac:

“Se eu falto ao amor ou se falto à justiça, afasto-me infalivelmente de Vós, meu Deus, e meu culto não é mais que idolatria. Para crer em Vós devo crer no amor e na justiça. Vale mil vezes mais crer nessas coisas que pronunciar o Vosso nome. Fora delas é impossível que eu Vos encontre. Aqueles que tomam por guia – o amor e a justiça – estão sobre o caminho que os conduz a Vós”(Sur les chemins de Dieu, Aubier 1956, p.125)

Bolsonaro, seu clã e seguidores (nem todos) não se pautam pelo amor nem prezam a justiça. Por isso estão longe do “milieu divin”(T.de Chardin) e seu caminho não conduz a Deus. Por mais que pastores neo-pentecostais veem nele um enviado de Deus, não muda em nada a atitude do presidente, ao contrário agrava ainda mais a ofensa ao santo nome de Deus especialmente ao postar na internet um youtub pornográfico contra o carnaval.

Que Deus é esse que o leva a tirar direitos dos pobres, a privilegiar as classes abastadas, a humilhar os idosos, a rebaixar as mulheres e a menosprezar os camponeses, sem perspectiva de uma aposentadoria ainda em vida?

O projeto da Previdência cria profundas desigualdades sociais, ainda com a desfaçatez de dizer que está criando igualdade. Desigualdade é um conceito analítico neutro. Eticamente significa injustiça social. Teologicamente, pecado social que nega o desígnio de Deus de todos numa grande comensalidade fraternal.

O economista francês Thomas Pikitty, famoso por seu livro O Capital no século XXI (Intrínseca 2014), escreveu também um inteiro livro sobre A economia da desigualdade (Intriseca 2015). O simples fato, segundo ele, de que cerca de 1% de multibilhardários controlarem grande parte das rendas dos povos e no Brasil, segundo o especialista no ramo, Márcio Pochmann, os seis maiores bilionários terem a mesma riqueza que 100 milhões de brasileiros mais pobres (JB 25/9/2017), dão mostras de nossa injustiça social.

Nossa esperança é de que o Brasil é maior que a irracionalidade reinante e que sairemos melhores da atual crise.

Postado em 31/03/2019 às 21:00

30/03/2019

AABB de Assu: do luxo ao lixo (Parte III)

Fechada, sem diretoria, sem funcionários e sem nenhum uso na atualidade, a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), em Assu, vai virando pó. Além das atitudes de vandalismo no dia a dia, a estrutura sofre o desgaste natural do tempo, como ocorreu recentemente com uma parte do muro que foi ao chão durante uma chuva.

A situação parece invencível: nada ali funciona sem um farto investimento e como a Federação Nacional das AABB (FENABB) e os associados não movem nenhuma ação tudo vai ficando cada vez mais difícil pelo quadro de deterioração.

Em 2012, numa reunião ocorrida no dia 21 de novembro na Câmara Municipal do Assu a superintendência do Banco do Brasil no Rio Grande do Norte chegou a garantir que a Federação Nacional das AABB (FENABB) prometia recuperar a AABB/Assu no decorrer do ano de 2013. Já em 2014, uma reunião entre os funcionários da agência do Banco do Brasil/Assu voltou a discutir a restauração do local, no entanto, nada ocorreu a partir dessas iniciativas para a recuperação da referida estrutura.

E assim, a AABB de Assu vai do luxo ao lixo..

Histórico

A AABB foi um dos pontos de diversão mais glamorosos de Assu. Nas suas dependências ocorreram os mais grandiosos e memoráveis bailes da sociedade assuense.

Além do salão de festas, o local oferecia uma majestosa área de lazer com piscina e uma quadra que foi durante muito tempo a principal praça esportiva da cidade.

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 Por Alderi Dantas, 30/03/2019 às 16:20 - Fotos: Alderi Dantas

29/03/2019

Deputada Natália Bonavides discute apoio a pleitos do Campus da UERN de Assu

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN – recebeu na manhã desta sexta-feira, 29, a visita da deputada federal Natália Bonavides (PT/RN) no Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão, em Assú. 

Na oportunidade, a deputada foi recebida pela diretora do Campus, professora Marlúcia Barros Lopes Cabral e pelo vice diretor Augusto Sérgio de Oliveira e além de conhecer a estrutura física a deputada se inteirou sobre as demandas da Instituição.

O Campus de Assú vem entre suas principais reivindicações pleiteando recursos voltados à construção de uma nova biblioteca visto que o benefício favorecerá as avaliações dos seis cursos de graduação ofertados no Campus: Ciências Econômicas, Geografia, História, Letras Portuguesa, Letras Língua Inglesa e Pedagogia; ao Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS) e aos cursos ofertados através dos programas formativos, como o PARFOR, assim como passará a atender de uma melhor forma aos mais de 1.100 estudantes atualmente matriculados e a perspectiva de novos cursos.

Na pauta, a diretora discutiu ainda sobre outras reformas e a continuidade do processo de adequação da estrutura, voltada para a acessibilidade.

O momento foi acompanhado pelo professor Raimundo Inácio da Silva, chefe do Departamento do Curso de Geografia, pelo professor William Gledson e Silva, subchefe do Departamento do Curso de Economia, pela professora Nádia Silveira, coordenadora do PROFLETRAS e pelos representantes do Diretório Central dos e das Estudantes - DCE/UERN, com quem foi tratado sobre uma Casa de Apoio ao Estudante.

A deputada Natália Bonavides que integra a Comissão de Educação da Câmara dos deputados colocou sua atuação em defesa dos interesses da educação e seu mandato à disposição da universidade.

Por Alderi Dantas, 29/03/2019 às 16:00

28/03/2019

No Brasil, 95 cidades vão apagar as luzes de monumentos para lembrar a Hora do Planeta

Neste sábado, 30, das 20h30 às 21h30, as luzes de monumentos ao redor do mundo serão apagadas para lembrar a importância de preservar o meio ambiente.

A ação faz parte do movimento a Hora do Planeta, iniciativa da ONG - WWF, que começou em Sydney, na Austrália, no ano de 2007.

O objetivo é sensibilizar as pessoas sobre as mudanças climáticas e seu impacto na biodiversidade e no cotidiano.

No Brasil, 95 cidades vão apagar as luzes de monumentos durante uma hora e realizar atividades para lembrar a Hora do Planeta.

No Distrito Federal, as luzes do Palácio do Buriti, Torre de TV e Estádio Nacional serão desligadas. Na sede do WWF na capital do país, haverá uma série de atividades gratuitas para mostrar a necessidade de atenção e cuidados com o meio ambiente.

Em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, os monumentos que terão as luzes apagadas serão a Praça Sete, o prédio da prefeitura, a Praça do Papa e o Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte.

No Rio de Janeiro, o Bondinho Pão de Açúcar, o Copacabana Palace e o histórico CCBB Rio.

E em Fortaleza, no Ceará, cinco monumentos foram incluídos no movimento, com destaque para a estátua de Iracema e a Praça do Ferreira.

Por Alderi Dantas, 28/03/2019 às 19:07

27/03/2019

Aeroporto Aluízio Alves tem menos passageiros que o Augusto Severo

O superintendente do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves (São Gonçalo do Amarante), Ibernon Gomes, participou de audiência pública realizada na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (27) para discutir os altos preços das tarifas aéreas cobradas para quem deseja chegar ou sair de Natal pelo solo potiguar. Ele explicou que o terminal não possui responsabilidade em torno do problema, já que as taxas cobradas pelo terminal RN são as mais baratas do país, mas revelou que o Estado perdeu nos últimos cinco anos, após a inauguração do novo aeroporto, cerca de 200 mil passageiros se comparado com números do antigo Augusto Severo (Parnamirim).

“O aeroporto Augusto Severo recebia 2,6 milhões de passageiros por ano, enquanto nós, com uma estrutura muito maior, recebemos 2,4 milhões. Estamos abertos para dialogar e colaborar da melhor forma possível para que o cenário mude”, disse Ibernon Gomes.

Na audiência, representantes do Governo do Estado afirmaram que estão discutindo junto às companhias aéreas a redução nos preços das passagens. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado; o secretário de Tributação, Carlos Eduardo Xavier; e a secretária de Turismo, Ana Costa, expuseram informações sobre o debate que tem ocorrido junto às empresas e garantiram que as isenções fiscais praticadas deverão ter contrapartidas.

“Precisamos amarrar as contrapartidas. A concessão de 12% não tem nenhum tipo de amarra. Esse é o principal problema da redução do ICMS do QAV concedida no estado. Nossa conversa é no sentido de que queremos fomentar o turismo do RN. O modelo não funcionou, com perda de arrecadação e sem o retorno. Queremos construir um novo modelo para fomentar a indústria do Turismo e também que colabore com os norte-riograndenses que querem viajar”, explicou Carlos Eduardo Xavier. “Nossos operadores não conseguem vender mais os nossos destinos devido aos preços das passagens aéreas e falta de conectividade do nosso destino”, lamentou Ana Costa.

Por Alderi Dantas, 27/03/2019 às 20:09

26/03/2019

Livro reúne artigos sobre participação do RN na II Guerra

Na próxima terça-feira, 2 de abril, será lançado o livro Observações sobre a Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do Norte. A obra, que contou com a contribuição de vários pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) reúne textos sobre o período em que o estado do Rio Grande do Norte participou diretamente da Segunda Guerra Mundial.

O trabalho conta com oito artigos de doze pesquisadores que direcionam seus olhares para esse importante episódio histórico do Rio Grande do Norte. Entre eles, estão os professores Yuri Simonini, do Departamento de História, Giovana Paiva de Oliveira e Angela Lúcia de Araújo Ferreira, ambas do Departamento de Arquitetura.

O livro é organizado por José Correia Torres Neto e faz parte da Coleção A Participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial, que conta com mais duas obras: Sobrevoo: episódios da Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do Norte, escrito por Rostand Medeiros e A Engenharia Norte-Americana em Natal na Segunda Guerra Mundial, de Leonardo Dantas.

O lançamento dos três livros acontece no dia 2 de abril, a partir das 11h, na sede do Sebrae-RN, localizado no bairro de Lagoa Nova.

Por Alderi Dantas, 26/03/2019 às 23:26

25/03/2019

UFRN abre concurso com inscrições a partir de 8 de abril

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) abre vagas para concurso público de provas para provimento de cargo técnico-administrativo em educação. As inscrições devem ser feitas de 8 de abril a 13 de maio de 2019, no site do Núcleo Permanente de Concursos (Comperve). A aplicação das provas está prevista para o dia 30 de junho. O valor da taxa de inscrição do concurso varia de R$ 60 a R$ 80, conforme o cargo.

O Edital 012/2019 traz informações sobre os cargos de Psicólogo Clínico, Nutricionista, Administrador, Tecnólogo em Eventos e Produção Cultural, Engenharia de Produção, Assistente em Administração, Desenhista Técnico/Web Designer, Técnico de Tecnologia da Informação, Técnico em Enfermagem, Técnico em Agropecuária, Técnico em Eletrotécnica e Técnico de Laboratório/Química.

Por Alderi Dantas, 25/03/2019 às 07:02