03/12/2018

Fraude com CPF viabilizou disparo de mensagens de WhatsApp na eleição

Relato e documentos apresentados à Justiça do Trabalho e obtidos pela Folha de S. Paulo detalham o submundo do envio de mensagens em massa pelo WhatsApp que se instalou no Brasil durante as eleições deste ano.

Uma rede de empresas recorreu ao uso fraudulento de nome e CPF de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em benefício de políticos.

Entre as agências envolvidas no esquema está a Yacows. Especializada em marketing digital, ela prestou serviços a vários políticos e foi subcontratada pela AM4, produtora que trabalhou para a campanha de Jair Bolsonaro (PSL).

Ainda durante a campanha, o WhatsApp bloqueou as contas ligadas às quatro agências de mídia citadas em reportagem da Folha por fazerem disparos em massa: Quickmobile, Croc Services, SMS Market e Yacows.

Segundo relato, as empresas cadastraram celulares com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas que ignoravam o uso de seus dados. A Folha teve acesso a uma relação de 10 mil nomes de pessoas nascidas de 1932 a 1953 (de 65 a 86 anos) que, segundo informação, era distribuída pela Yacows aos operadores de disparos de mensagens como parte importante do esquema.

A lei exige o cadastro de CPFs existentes para liberar o uso de um chip. Como o WhatsApp trava números que enviam grande volume de mensagens para barrar spam, as agências precisavam de chips suficientes para substituir os que fossem bloqueados e manter a operação.

Acesse AQUI a reportagem completa de Artur Rodrigues Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.

Postado em 03/12/2018 às 20:37

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