Relato e documentos apresentados à Justiça do Trabalho e obtidos
pela Folha de S. Paulo detalham o submundo do envio de mensagens em massa pelo
WhatsApp que
se instalou no Brasil durante as eleições deste ano.
Uma rede de empresas recorreu ao uso fraudulento de nome e CPF de idosos
para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em
benefício de políticos.
Entre as agências envolvidas no esquema está a Yacows. Especializada em
marketing digital, ela prestou serviços a vários políticos e foi subcontratada
pela AM4, produtora que trabalhou para a campanha de Jair Bolsonaro (PSL).
Ainda durante a campanha, o WhatsApp bloqueou as contas ligadas às
quatro agências de mídia citadas em reportagem da Folha por fazerem disparos em massa:
Quickmobile, Croc Services, SMS Market e Yacows.
Segundo relato, as empresas cadastraram celulares com nomes, CPFs e
datas de nascimento de pessoas que ignoravam o uso de seus dados. A Folha teve acesso a uma relação de 10 mil nomes de pessoas nascidas de
1932 a 1953 (de 65 a 86 anos) que, segundo informação, era distribuída pela Yacows aos
operadores de disparos de mensagens como parte importante do esquema.
A lei exige o cadastro de CPFs existentes para liberar o uso de um chip. Como
o WhatsApp trava números que enviam grande volume de mensagens para
barrar spam, as agências precisavam de chips suficientes para substituir os
que fossem bloqueados e manter a operação.
Acesse AQUI a reportagem completa de Artur Rodrigues Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.
Postado em 03/12/2018 às 20:37
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