23/05/2017

A rua, o eleitor, o prefeito do Assu e o deputado

Um mundo de incertezas toma conta, neste momento, das ruas do Assu, adensando as expectativas, aumentando as angústias e diminuindo a crença do eleitor na atual gestão municipal. Em quase todos os aspectos da vida assuense, impera a dúvida. Uma vergonha. Afinal, para onde foram os milhões da prefeitura que jorrava – antes e durante a campanha eleitoral - das bocas de Gustavo e George? Como de uma hora para outra o cofre da prefeitura do Assu ficou tão pobre?

Lembram-se da campanha? No comando, criticando a atuação da então gestão municipal, Gustavo e George se faziam notar com as suas “verdades” a qualquer preço. Era a conta de chegar a prefeitura. Pena, que naquele momento eles não lembraram que essa conta precisava ser paga e, o pior, passada a campanha eles tornaram-se insensíveis para absorver as prioridades e dar respostas adequadas e factíveis às reivindicações (demonstrando como realizarão as promessas) que povoam ruas, becos e comunidades do Assu.

É difícil entender nesses tempos de grande influência da mídia que ainda tenha quem busque administrar tendo como modelo Luís XIV, rei da França que costumava lembrar que “os povos gostam do espetáculo; através dele, dominamos seu espírito e seu coração”. Mas há um limite para tudo. Um dia, mais cedo ou mais tarde, o povo, cansa de ver tanto malabarismo. Gustavo e George parecem pensar que o povo tem a memória curta, mas estão enganados. O eleitor não esqueceu tão rapidamente o prometido e pactuado com ele.

Se Gustavo e George não escutam, mas todos os dias emergem nas ruas vozes que afogam-se em mágoas, perdem-se em desesperanças. Assu vive uma avalanche de problemas com junção de crises nas esferas da educação, saúde, assistência social, trabalho, cidadania, cultura, economia e, infelizmente, a gestão não sinaliza para a racionalidade.

Por outro lado, o Escola Melhor, Remédio em Casa, Aluno Universitário, Centro de Controle de Zoonoses, Cultura na Praça, Praça Livre (Wi-fi), Centro de Especialidades Médicas, Guarda Municipal entre outras propostas para uma administração Gustavo Soares, ninguém sabe até onde eram verdadeiras. Afinal, a gestão caminha para fechar o seu quinto mês e não esboça nenhum sinal favorável de que irá cumprir com as promessas.

O prefeito do Assu, Gustavo Soares e o deputado, George Soares, precisam saber que há uma lição de casa por fazer. A grandeza do Assu não é apenas a soma de suas riquezas materiais, o produto interno bruto. É o conjunto de seus valores, o sentimento de pátria, a fé e a crença do povo, o culto às tradições e aos costumes, o respeito aos velhos, o amor às crianças, o respeito às leis, a transparência nas contas públicas, os serviços públicos de qualidade, enfim, a chama cívica que faz correr nas veias dos cidadãos o orgulho pela terra onde nasceram. A anulação de alguns desses elementos faz do Assu uma terra selvagem. Nada diferente do tempo dos Janduís.

Por Alderi Dantas, 23/05/2017 às 12:21 - Imagem: Senado Federal

10/05/2017

O que deu na cabeça de Ronaldo?

Tirando meia dúzia de ronaldistas, ninguém mais sabe responder a essa pergunta. Afinal, o que leva Ronaldo Soares a confundir o capital eleitoral da eleição de 2016 em capital político e impor a ferro e fogo o seu retorno a seara política? O que faz Ronaldo Soares pensar que o triunfo eleitoral de um dos seus filhos significa respaldo popular para que ele esteja de volta à cena?

Pois bem, não causa surpresa alguma o fato do jacaré “velho” colocar a cabeça de fora na tentativa de procurar um bode expiatório, exatamente, no momento em que o sentimento de mesmice invade as ruas, bairros e comunidades do Assu e o eleitorado começa a perceber consequências nefastas a escalada positiva iniciada na gestão do município justamente no momento em que o gestor na prefeitura não era um membro da sua árvore genealógica.

A teatralização usada por Ronaldo Soares na tentativa discursiva de vender jacaré por galo é típica de suas velhas guerras políticas e abriga bordões já gastos e nenhum elemento de diferenciação entre o que o Assu já assistiu entre Ronaldo x Arnóbio; Ronaldo x Edgard; Ronaldo x Nélter; Ronaldo x Rizza; Ronaldo x Fátima Moraes; Ronaldo x Zé Maria.

Assim, o besteirol natimorto comandado pelo jacaré “velho” vegeta no mais profundo poço da descrença e “sangra” a alma e a inteligência assuense, ante o crucial momento vivido por uma população que afunda em um oceano de interrogações sobre o atendimento das suas demandas básicas.

“Que o passado esteja diante de nós, vá lá... Mas o passado adiante de nós, sai pra lá”. A sentença e o saber semântico-filosófico do jurista Carlos Ayres Britto, sem dúvidas, retrata à perfeição que impregna a política do Assu neste momento e em cujos vetores busca forças a velha onda ronaldista que tenta banhar o nosso Assu na tentativa insistente de continuar “adiante de nós”.

Apesar de em três mandatos de prefeito, três de deputado estadual, secretário de Estado da Agricultura e presidente de uma cooperativa de desenvolvimento energético não ter tido a capacidade de agir de acordo com as demandas surgidas e ainda ter deixado o município sem soluções para a saúde, educação, cultura, geração de renda, trânsito, limpeza pública etc e etc..., Ronaldo tenta sob o ribombar do tambor de um simples resultado eleitoral fazer barulho e tentar voltar à cena pública.

Pois é, como bem disse o autor de nossa sociologia crítica, Florestan Fernandes, “quando não há ruptura definitiva com o passado, ele reaparece cobrando seu preço”. E, em Assu, ele nunca esteve tão na ordem do dia.

Por Alderi Dantas, 10/05/2017 às 06:10 - Foto: WhatsApp (grupos)