Empresas nas eleições e contas públicas
Por Herval Sampaio - Juiz de Direito, professor, editor do site www.novoeleitoral.com, membro do MCCE e MARCCO/RN
O leitor deve estar se perguntando qual a possível relação existente entre o financiamento empresarial das campanhas eleitorais e as contas públicas? E respondo de plano: é a mais direta possível e infelizmente intrinsecamente ligada à origem da corrupção que campeia o setor público brasileiro.
As empresas de um modo geral são quem comandam esse país. O DNA do poder estar nelas e o seu comando é diretamente proporcional à quantidade de dinheiro investida em cada campanha eleitoral, ao ponto de poucas empresas realmente terem acesso ao poder.
Essa promiscuidade legalizada e ocorrente nas barbas de todos nós é um câncer que se espraia na administração pública, de uma forma tão marcante, que em algumas prefeituras de nosso país, as empresas que bancaram a eleição de dado candidato passam na prática a arrendar o ente no período do mandato, sugando o dinheiro público de uma forma tão intensa, que o bem comum é até mesmo olvidado no papel.
A ousadia de alguns empresários que compraram os mandatos chega ao ponto de não haver qualquer cerimônia, acreditando terem direito de saquear as verbas públicas e o despautério é tão grande que sequer se preocupam em formalizar direito as licitações e contratos administrativos.
Outros mais comedidos colocam empresas que formalmente não têm relação direta com a empresa que bancou a candidatura, contudo quando se investiga, vê-se a ligação com o “dono dos porcos“ como se diz, pois sempre tem alguém que verdadeiramente manda e controla todo o agir estatal para consecução dos contratos que lhe assegurem o lucro inimaginável no mercado à conta dos contribuintes.
Portanto, quem pensa que as empresas doam alguma coisa nas eleições ainda deve acreditar em Papai Noel ou Pinóquio, pois o investimento feito nas campanhas é um grande negócio e mesmo com todos os riscos, enfeitiça os empresários ao ponto deles esquecerem a possibilidade de serem presos.
E essas afirmações podem facilmente serem comprovadas, bastando que o leitor tenha o trabalho de verificar quais as empresas que doaram nas campanhas, e verão que do início ao fim do mandato sempre as mesmas aparecem como detentoras de contratos administrativos.
As investigações que acompanhamos diretamente na mídia comprovam de forma clara essa ligação entre empresas que investiram pesado em uma dada campanha e que através de contratos superfaturados, muitas vezes sequer licitados, roubam literalmente o dinheiro público, sangrando todo o povo brasileiro, que sofre dia a dia com a ausência de políticas públicas que lhes assegurem o mínimo existencial.
Entretanto, o pior de tudo isso é ver que o nosso povo aceita calado essa relação promíscua como se fosse algo normal e que não tem mais jeito. Não podemos aceitar. O que está faltando em cada um de nós é capacidade de se indignar e ao mesmo tempo exigir posições mais firmes de quem deve não só combater a corrupção, mas também de quem tem o dever legal e moral de zelar pelas contas públicas.
E o que estamos vendo é justamente o contrário. Quem deveria estar aplaudindo essa nova postura de lidar com os verdadeiros criminosos desse país, se apega a filigranas jurídicas, criticando um trabalho nunca visto de depuração da politicagem brasileira, pois não há dúvida que toda essa corrupção está diretamente atrelada ao comando empresarial que financia as eleições de norte a sul do país.
O leitor deve estar se perguntando qual a possível relação existente entre o financiamento empresarial das campanhas eleitorais e as contas públicas? E respondo de plano: é a mais direta possível e infelizmente intrinsecamente ligada à origem da corrupção que campeia o setor público brasileiro.
As empresas de um modo geral são quem comandam esse país. O DNA do poder estar nelas e o seu comando é diretamente proporcional à quantidade de dinheiro investida em cada campanha eleitoral, ao ponto de poucas empresas realmente terem acesso ao poder.
Essa promiscuidade legalizada e ocorrente nas barbas de todos nós é um câncer que se espraia na administração pública, de uma forma tão marcante, que em algumas prefeituras de nosso país, as empresas que bancaram a eleição de dado candidato passam na prática a arrendar o ente no período do mandato, sugando o dinheiro público de uma forma tão intensa, que o bem comum é até mesmo olvidado no papel.
A ousadia de alguns empresários que compraram os mandatos chega ao ponto de não haver qualquer cerimônia, acreditando terem direito de saquear as verbas públicas e o despautério é tão grande que sequer se preocupam em formalizar direito as licitações e contratos administrativos.
Outros mais comedidos colocam empresas que formalmente não têm relação direta com a empresa que bancou a candidatura, contudo quando se investiga, vê-se a ligação com o “dono dos porcos“ como se diz, pois sempre tem alguém que verdadeiramente manda e controla todo o agir estatal para consecução dos contratos que lhe assegurem o lucro inimaginável no mercado à conta dos contribuintes.
Portanto, quem pensa que as empresas doam alguma coisa nas eleições ainda deve acreditar em Papai Noel ou Pinóquio, pois o investimento feito nas campanhas é um grande negócio e mesmo com todos os riscos, enfeitiça os empresários ao ponto deles esquecerem a possibilidade de serem presos.
E essas afirmações podem facilmente serem comprovadas, bastando que o leitor tenha o trabalho de verificar quais as empresas que doaram nas campanhas, e verão que do início ao fim do mandato sempre as mesmas aparecem como detentoras de contratos administrativos.
As investigações que acompanhamos diretamente na mídia comprovam de forma clara essa ligação entre empresas que investiram pesado em uma dada campanha e que através de contratos superfaturados, muitas vezes sequer licitados, roubam literalmente o dinheiro público, sangrando todo o povo brasileiro, que sofre dia a dia com a ausência de políticas públicas que lhes assegurem o mínimo existencial.
Entretanto, o pior de tudo isso é ver que o nosso povo aceita calado essa relação promíscua como se fosse algo normal e que não tem mais jeito. Não podemos aceitar. O que está faltando em cada um de nós é capacidade de se indignar e ao mesmo tempo exigir posições mais firmes de quem deve não só combater a corrupção, mas também de quem tem o dever legal e moral de zelar pelas contas públicas.
E o que estamos vendo é justamente o contrário. Quem deveria estar aplaudindo essa nova postura de lidar com os verdadeiros criminosos desse país, se apega a filigranas jurídicas, criticando um trabalho nunca visto de depuração da politicagem brasileira, pois não há dúvida que toda essa corrupção está diretamente atrelada ao comando empresarial que financia as eleições de norte a sul do país.
- Artigo publicado no jornal Tribuna do Norte, em 09/08/2015. Disponível em http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/empresas-nas-eleia-a-es-e-contas-paoblicas/321268
Postado em 09/08/2015 às 19:00
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