ABSOLUTIZEMOS!
De certo tempo pra cá, vem se instalando no Brasil uma gigantesca onda de relativização. Salvo raríssimas exceções, tudo está sendo relativizado. Como, do ponto de vista histórico, para tudo existe o lado contrário, estamos lançando o outro lado da moeda: vamos defender a absoluta absolutização dos fatos! Ora, nos informa a História, para se contrapor à esquerda surgiu a direita; para se contrapor ao preto existe o branco; para se contrapor ao capitalismo veio o comunismo; para se contrapor ao culturalismo criou-se o multiculturalismo; para se contrapor ao liberalismo surgiu o conservadorismo; para se contrapor ao ódio Jesus semeou o amor; para se contrapor ao cristianismo nasceu o ateísmo; para se contrapor ao hedonismo apareceu o anedonismo; para se contrapor ao idealismo despontou o realismo... Daí, para se contrapor ao relativismo, ressuscitemos o absolutismo! Ora, ora, cara pálida!
Interessante se notar que o termo absoluto é atualmente tão distorcido, que está mais ligado à idéia de tirania do que ao posicionamento integral, a postura por inteiro das pessoas nas mais diversas questões. A realidade é que o relativismo vem ganhando mais espaço na concepção moderna de vida, deixando ao absoluto terreno cada vez mais periférico. Isso tanto do ponto de vista individual como universal. Fala-se bastante no relativismo de princípios e valores no Brasil quando, na verdade, tal fenômeno se espalha em todas as latitudes e longitudes. Atingindo mais a quem? Às novas gerações, claro! Pelo desconhecimento e distanciamento quase total delas a respeito de normas de condutas calcadas no absoluto. Hoje, muralhas solidificadas no absoluto – antes intransponíveis aos ataques do relativismo – vêm sendo solapadas em sua natureza por conceitos toscos, enviesados e modernismos extravagantes.
O cristianismo é um exemplo clássico nesse sentido. Dia a dia, o edifício cristão, erguido ao custo de milhões e milhões de vidas – à frente o sacrifício de Jesus na cruz – plantado na seara do amor, do perdão, da santificação, da tolerância, vem sendo dilapidado com precisão cirúrgica. Por quem? Pelo relativismo. A família, baluarte indiscutível dos valores do mundo civilizado, vem sendo desconstruída diuturnamente em seus mais profundos alicerces. A onde é gigantesca, feito tsunami de alarmantes proporções. E aí o que fazer? Embarcar no navio do relativismo para se dar bem, em razão de seu navegar contínuo e agressivo? Adaptar-se aos ditames relativistas da mídia, de ONGs e de governos? Embriagar-se ao som relativista para dançar de antenado diante de amigos e familiares? Ou dar um pouco de espaço à reflexão, à inteligência, ao bom senso, ao discernimento, à análise crítica dos fatos?
Ressuscitemos, portanto, o absolutismo! Ao relativismo da desonestidade respondamos com o absolutismo da honestidade! Ao relativismo da corrupção respondamos com o absolutismo da retidão de caráter! Ao relativismo da frouxidão de hábitos e de costumes respondamos com o absolutismo da ética! Ao relativismo do suborno respondamos com o absolutismo da correção profissional! Ao relativismo da imoralidade respondamos com o absolutismo da moralidade! Ao relativismo da mentira respondamos com o absolutismo da verdade! Afinal, se não agirmos com rigor agora na defesa dos princípios e valores que herdamos, que tipo de civilização deixaremos para os que vierem depois? Um mundo onde corrupção, desfaçatez, desonestidade, imoralidade, amoralidade – de tão banais – passem a vigir como regras de conduta? Acordemos! A hora é de absolutizar. Ou já será tarde demais?
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