O segundo turno da eleição no RN será decidido hoje, 26.
Todas as etapas eleitorais vencidas, até o momento, levam a conclusão de que a eleição de 2014 foi marcada pela imprevisibilidade, ou seja, quando o povo quer o “impossível acontece”.
Jamais ninguém admitiria um candidato como Henrique Alves, que em nome da “paz e do amor” reuniu em torno de si “todos” – absolutamente “todos” – os grupos e pessoas tidos como lideranças políticas e econômicas no Estado, viesse a passar pelo “sufoco” que vem passando, com perspectivas reais de derrota.
Ao convencer Wilma de Faria a ser candidata ao Senado, Henrique mandou confeccionar o paletó e o vestido da posse dela.
Seria impossível a derrota dos dois, do vice e dos suplentes, na eleição majoritária.
Tudo estava “certinho” e “combinado” com antecedência, inclusive a confirmação de que o senador José Agripino e o seu partido apoiariam Henrique, Wilma e os companheiros da chapa pré-escolhida.
Todos os participantes do grupo político montado, sem exceção, zombaram de adversários, subestimaram quem tinha história e optaram por quem não tinha, humilharam e “escolheram” a dedo os seus aliados.
A “avalanche” eleitoral era tida como certa.
Seria fatal, sobretudo, após a finalização da cooptação DEM, partido que dobrou a espinha e se submeteu a tudo que lhe foi imposto por Henrique, Wilma e novos aliados.
A liderança do DEM-RN anunciou que subiria em pé de coqueiro para ajudar na vitória.
Depois, em Mossoró pediu votos para Henrique pelo “amor de Deus”.
O DEM-RN aceitou “cassar” filiados do partido, como a governadora Rosalba Ciarlini, que pretendia disputar a reeleição e o autor deste artigo (Ney Lopes), que tinha a pretensão de candidatar-se ao Senado.
Tirar Rosalba era imposição de Henrique.
Afastar Ney Lopes da eleição de Senado era a exigência número um de Wilma de Faria para poder aliar-se a Henrique, temendo a concorrência de um opositor com a experiência de mais de 30 anos de vida pública, bem avaliada nacionalmente.
Henrique, Wilma e suas chapas não admitiam concorrentes com credibilidade, para não correrem nenhum tipo de risco de derrota.
As articulações de alcova foram no sentido de isolar e excluir ambos da eleição de 2014, manu militari, utilizando como instrumento o próprio partido ao qual eles dois pertenciam.
Silêncio e desprezo, mesmo diante da violência praticada contra a esposa do autor desse artigo, que pertencendo ao diretório do DEM-RN foi impedida de votar na convenção realizada em Natal, sob suspeita de ilegalidade.
Quem contestasse o “complô” era logo humilhado, com a alegação de que assim agia por não ter sido convidado para o “banquete eleitoral”.
Na composição do grupo liderado por Henrique e Wilma foram afastados aqueles considerados “complicados”, indesejáveis e classificados como “resto”, ou seja, a escória da política local, sem nenhuma chance ou direito à sobrevivência política.
Cruel, muito cruel o que foi feito.
A pena era o isolamento, o desprezo, sem dó e sem piedade!
Surgiram Robinson e Fátima Bezerra.
Enfrentaram dificuldades iniciais, no próprio grupo político a que pertenciam.
Porém, com persistência superaram e partiram para a luta, com pouquíssimos aliados.
Logo no primeiro turno, o povo reagiu e a ex-governadora Wilma de Faria perdeu a eleição para Fátima Bezerra, por quase 200 mil votos.
Não há explicação para a derrota, senão falta de votos e outros fatores.
Nenhum apoio ou esquema econômico/político evitaria uma derrota com essa diferença expressiva no resultado final.
Aguarda-se agora a decisão popular hoje, em relação ao Governo do Estado.
Somente as urnas deste domingo darão a palavra final de uma eleição, que ficará na história política do Estado como a prova de que, quando povo quer, não tem “jeito”; o impossível acontece!
Será que as duas chapas – de Wilma e de Henrique – serão derrotadas?
Será que o povo percebeu em tempo as manobras escusas e em protesto manifesta apoio e solidariedade popular àqueles que Henrique, Wilma e aliados humilharam e cassaram as suas candidaturas, no período pré-eleitoral (leia-se Rosalba, Ney e amigos)?
O aparentemente “impossível” já aconteceu, na eleição de senador.
Falta saber se ocorrerá na eleição de governador.
Tudo indica que sim…
Postado em 26/10/2014 às 08:13 - Artigo publicado originalmente no jornal "Gazeta do Oeste (Mossoró/RN)