ÃOS E INHAS
Por Públio José – Jornalista
Todos sabem que no Maranhão os superlativos começam pelo nome do estado, com um ão no final. E, ao se dar uma espiada mais acurada em sua história ao longo do tempo, vê-se que no Maranhão tudo é ão mesmo. A miséria maranhense é ão; a pobreza generalizada é ão; o analfabetismo também não fica atrás e é ão; a escravidão política do povo maranhense também é ão; a educação por lá também é ão pela péssima qualidade; a saúde não fica atrás de ruim e se perfila aos demais aspectos da realidade do estado também sendo ão; a economia, de tão concentrada, também é ão; as estradas, quase inexistentes, também são ão; enfim, tudo no Maranhão é ão. Tudo lá é aumentativo – com viés e essência negativos. Para completar a realidade ão do Maranhão, a Procuradoria Geral da República está em vias de entrar na Justiça do Estado pedindo a intervenção pela crise de segurança que atinge o Maranhão.
E Pedrinhas? Não é uma graça esse nome? Pedrinhas... Parece até literatura infantil. Pedrinhas... Em criança, lembro de passar tempo na praia recolhendo pedrinhas. Com elas eu cultivava a imaginação, além de usá-las para várias atividades de lazer. Pedrinhas eram dinheiro nos jogos da meninada; pedrinhas eram munição para baladeiras; pedrinhas eram veículos nas estradas da imaginação; pedrinhas eram elementos de decoração na sala de estar da família; pedrinhas, nas aulas de desenho da escola, eram elementos para exercitar os dotes artísticos de futuros pintores e desenhistas. Tudo muito inocente; tudo muito inhas. Hoje, o Brasil descobre que em um ambiente ão, como o do Maranhão, o inha representa o lado mais negro, mais sórdido da perversidade humana agregada à incompetência – a ponto de tornar o já enorme ão do Maranhão muito mais ão. Pedrinhas... Pobre Maranhão...
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